Confusóquio é: advogado, sincero, intrigante e defensor da oprimida sociedade.
A característica em forma de jargão é uma das suas marcas acentuadas, outra que define bem o personagem é a sua gagueira, que vem acompanhada de um estado de embriagues. Quando o próprio em alguns dos seus desabafos arregala os olhos e declama em voz alta sua opinião: “Sisisisinsinceramente, (opinião), logo após termina com a expressão: “sósósósósó que não” (soluço após opinião).”. Logo após terminar o discurso, pega sua garrafa, leva até a boca e toma-lhe um gole de pinga contando suas experiências.
CENA: BAR DA MARIA, OU BAR DA DONA TÁ, OU BAR DA DONA CANDIDA. NOITE
Ação: Confusóquio entra no bar, as luzes do local iluminam-se todas em direção ao personagem, que pede uma garrafa de vodka para o garçom, dá o primeiro gole no bico, coloca na mesa com um pouco de força. Logo após ecoa um som de satisfação costumeiro depois de ingerir a bebida. Toma outra doze, soluça e começa a falar ironicamente sobre acontecimentos da vida.
Confusóquio: Bem, eu “popopopopoderia” me sentar nessa mesa, beber totototodas e não dizer uma só palavra, mas vou “tetetetentar” me comunicar de forma que eu consiga expressar os meus sentimentos; Uma vez eu “dididididisse” que eu ia fazer fafafafaculdade de direito... Muitos “dididididisseram” que eu estava louco. Uma vez eu disse que eu ia “papapapassear” no Egito, Itália, França e outros “papapapaíses”, mesmo estando sem um tostão, e didididisseram que eu estava louco. Uma vez eu “dididisse” que ia ganhar muitos processos na “advogagagagacia” e mais uma vez ouvi que eu “estatatava” louco. QUE BOM que eu estou “lolololouco”, velho e FELIZ!
Confusóquio: Uma vez eu ouvi a seguinte frase: "DEUS ENTROU NA “MIMIMINHA” VIDA”. Olhei para o sujeito, um cara com uma camisa Dolce e “Gagagabana”, um relógio Rolex, corrente de ouro no pescoço, nos braços e um Nike no pé; não pensei duas vezes e respondi: - Pois é meu querido, Deus entrou na sua vida e o dinheiro entrou na sua carteira, não é mesmo?! ......... Acho que ele se irritou comigo.
Confusóquio: Outra vez, estava indo para “Esesesespanha” a trabalho, chegando ao aeroporto, vestindo um, sobretudo em cima de uma roupa social, entrei no taxi, que foi em direção ao hotel, me despedi do taxista, peguei minhas “mamamalas” e entrei no estabelecimento. Quando coloquei a mão no bolso procurei minha carteira, enfiei as mãos em todos os “bobobolsos” e nada de encontra-la, entrei em desespero e tentei me comunicar da forma que eu conseguia com o atendente... Fiz vários tipos de mimicas, gestos, e em um portunhol tentei explicar o ocorrido. “Yo estotototoy perdido en su pais, no tengo la plata porque mi cartera no estas aqui, yo tengo “esquecicicicido” em uno taxi”. Azarado como sou, depois de uma hora ela entendeu e me disse que, não poderia me ajudar, porque não hospedam visitantes sem documentos e dinheiro. Pensei comigo mesmo: “MEU “DEDEDEDEDEDEDEDEUS!” E agora?! Onde está o telefone da cliente?!” Pensei comigo. NA CARTEIRA!
Confusóquio: Fiquei paralisado por alguns instantes, logo depois sai do hotel bambeando em minhas perninhas de grilo e sem saber para onde ir. Vaguei por aquela “cidadadadadade” onde as ruas são praticamente “idêdêdêdênticas”. Não fazia ideia onde morava a cliente do escritório. Para onde o taxista foi e como eu iria ficar 10 dias em outro pais sem carteira?, Sem “dododododocumentos”?, Sem dinheiro? “Meu estôtôtôtômago” gritava e eu arrastava várias malas e bolsas debaixo de um sol escaldante. Era para estar frio, mas não estava; até nisso o destino foi irônico. Depois de andar por aquele labirinto de ruas durante horas, fui jogando algumas coisas fora e dando para as pessoas na rua. Uma bolsa com sapatos pesados foi a primeira coisa que foi embora. E assim fui reduzindo o peso, sentei em uma praça qualquer e naquele momento a única coisa que vinha na minha cabeça era: Preciso ser “dededededeportado”. Aonde é a embaixada do Brasil?!
Confusóquio: Reuni forças do além e voltei a arrastar as malas, procurando algum hotel. Já estava quase desfalecendo de fome, quando avistei uma pousada com uma placa dizendo. “Tienem vagas”. Entrei nesse local, emocionado, pedi um quarto para dormir, comecei novamente as mimicas, os gestos dizendo; “Yo estototoy” perdido en su pais, no tengo la plata porque mi cartera no estas aqui, yo tengo esquecido em uno taxi”. A “atendedededente”, percebendo o meu desespero, que já aparentava em lágrimas de desgosto deixou-me ficar em um quarto.
Confusóquio: O “emprepreprepregado” da pousada levou minhas malas para o meu alívio e felicidade. Entrando, ‘desmanchei-me’ na cama, fechando os olhos por um momento pensei: “Vou ligar o notbook me conectar com o Rafael do escritório, e assim encontrar a cliente”.
Confusóquio: Liguei o laptop, e para o meu desespero reparei que só havia somente um sinal de bateria, procurei a tomada e quando a encontrei, percebi a entrada não era igual ao meu aparelho. “Rapipipidamente” mandei uma mensagem explicando o que estava acontecendo e, poucos segundos depois de enviar a bateria acabou e o computador desligou, trouxeram-me comida, e depois de satisfeito apaguei.
Confusóquio: Acordei no outro dia com a atendente me ligando no quarto dizendo-me que era a cliente do “escricricritório”, respirei aliviado, passei os dez dias na Espapapapanha, e nunca mais me esqueci dessa experiência, e depois disso, nunca mais viajei com várias malas, somente uma com “rorororoupas” básicas. Não “imporporporta” o seu sonho, se você almeja, luta e não desiste poderá alcança-lo. – Por Pedro Giachetta