Cicatrizes no corpo não são nada, comparado a dor que trazemos no coração. Voltando a aquela velha casa na selva de pedra, passei por uma grande provação. Em lugar empoeirado, úmido e escuro, fui ao encontro do meu passado.
Recolhi fotos antigas, cartas escritas, livros. Absorvi tudo que pude de minhas raízes que, e ao invés de me ajudarem, torturaram-me, ameaçando-me, trancado-me. Fugindo por aquele morro dos gritos, anseios e perigos, dormi escondido, no meio da chuva, no pó do cimento, cal e ratos.
Sobrevivendo com salgados, água contaminada, muita tristeza, chorei. E em uma noite já desistindo, visitei uma pequena igreja, e nela encontrei o conforto de Deus, a força para não desistir.
Com o desembaraçar dos dias e noites sofridas, voltei ao meu sertão. Estava doente tuberculoso, traumatizado, com o corpo todo cortado, mas vivo. Trazendo a vivência da selva, a lembrança da morte que passou bem perto e quase me levou.
Dias se passaram, noites, meses e anos, mas ainda lembro de tudo que aconteceu.
A vida é feita de altos e baixos, e nesses tropeços, vou vivendo e aprendendo a perdoar, amar e esquecer.
Portanto, se arrependam de seus pecados, sejam justos com entes queridos, amigos, familiares e vizinhos. Sejam humanos, porque no dia do juízo final, não serei eu o juiz, mas Deus e nele devemos nos espelhar, aprendendo a perdoar, aprendendo a amar, buscando a luz da esperança, a luz da salvação.
"Amai-vos uns aos outros como vos ameis",diz: Jesus Cristo.
Pedro Giachetta.
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